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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

PORNOGRAFIA (PARTE III): SEUS EFEITOS NAS PESSOAS E NA SOCIEDADE.

Desde o princípio, quando decidi iniciar este estudo sobre a pornografia, minha intenção era esclarecer e alertar ao meus leitores sobre os malefícios de tal prática. No entanto me propus a, primeiramente, mostrar o caminho percorrido pelo homem até se atolar na desgraça da pornografia. Falamos sobre a porta de entrada e sobre como o cérebro humano é facilmente seduzido por imagens de sexo. Agora chegamos ao cerne do assunto, ou seja, que efeitos tem a pornografia na vida de uma pessoa e até mesmo de toda a sociedade?

1) A pornografia incentiva à iniciação sexual
"Existem inúmeros estudos científicos sobre os efeitos negativos da pornografia. Um deles é o publicado pela Academia Americana de Pediatria, que constata que a exposição dos adolescentes ao sexo em programas de TV tem sido determinante na iniciação sexual dos adolescentes. Comprovou-se relação direta entre a assistência a conteúdo sexual na TV e a imitação de tais conteúdos pelos jovens.
No Brasil não é diferente. À medida que os modelos apresentados na TV, em ambientes de entretenimento como novelas, seriados e filmes, e até mesmo na publicidade são de infidelidade, sexo fácil, sexo grupal e promiscuidade, a criança e o adolescente tendem a associar somente o prazer da diversão à conduta apresentada, transformando aquela postura em estímulo. Uma vez assimilados aqueles modelos como referências, os jovens passam a experimentar socialmente a conduta ditada pela TV", afirma João Malheiro, doutor em Educação pela UFRJ.
Não é novidade alguma que uma das realidades da sociedade hoje é a precoce iniciação sexual, contudo, ao abordar esse assunto não quero me ater ao fato de tal prática ser uma total agressão aos princípios divinos de moral elevada e bons costumes. Quero focar o conteúdo desta mensagem em problemas que tal prática, ao ser executada fora de hora, vem acarretando na vida de adolescentes (principalmente) e, é claro, de adultos também.

1.1) Iniciação sexual vs imaturidade
Um grande problema da iniciação sexual precoce está no fato de que o sexo é, cientificamente comprovado, um ato que envolve toda a natureza humana, ou seja, traz sensações não apenas físicas, mas também emocionais e psíquicas. Quando um adolescente é exposto à pornografia ele automaticamente deseja aquilo e busca meios de alcançar. E quando alcança o faz em uma fase onde ele mesmo não tem maturidade para lidar com todo esse frenesi físico-mental. Alguns, inclusive, brincam com os sentimentos alheios para conseguir o que querem. Na parte IV de nossos estudos sobre pornografia estarei exibindo confissões e desabafos de pessoas que estão pagando um alto preço por conta da pornografia, mas para demonstrar o que quero dizer com "sexo vs imaturidade" vou antecipar um depoimento de um jovem que em sua adolescência foi bombardeado pela pornografia e o que isso o levou a fazer. Para preservar a integridade do jovem não citaremos seu nome, apenas seu depoimento.

"Um dia eu estava com uma menina que queria sair comigo. Eu já estava namorando com outra, mas eu queria algo mais íntimo com ela. Eu não tinha tempo para beijinho e abraço então levei-a para um lugar deserto e fui logo partindo para cima dela. Ela me deu apenas o gostinho e de repente interrompeu o lance. Então ela me disse que gostava de mim de verdade e que só continuaria se eu levasse o nosso caso para frente. Eu perguntei: Você quer que eu termine com a minha namorada? Ela respondeu que sim e ainda disse que se fossemos namorados ela seria toda minha. Foi aí que tive uma ideia. Disse que terminar com uma menina legal como a minha namorada era uma coisa muito séria e que eu estava até disposto a fazer isso se ela valesse a pena, mas para saber ela precisaria me dar uma prova. Disse que terminaria com minha namorada se ela fizesse sexo oral em mim. Ela fez e depois que consegui o que queria fugi dela como um ladrão foge da polícia. Na época não me dei conta do que estava fazendo, pois eu só queria aquilo que eu via em sites pornográficos e desejava; mas hoje quase morro ao saber que ela está fora da igreja e dos caminhos do Senhor. Hoje estou com Cristo e quanto a ela eu não sei como está a sua alma. Queria uma forma de pedir perdão, ainda que isso pareça, aos olhos humanos, algo ridículo e absurdo." **

** O texto foi escrito com palavras mais adequadas e brandas e foi autorizado pelo autor. O jovem tinha 17 anos de idade na época e a moça aproximadamente 15 anos (ele não sabe exatamente) e ambos eram evangélicos. Não digo isso para envergonhar a Igreja ou os evangélicos, mas sim para alertar, pois não podemos tentar "tapar o sol com uma peneira" e permitir que tudo isso aconteça debaixo de nossos narizes sem tomarmos uma atitude.

Como afirmou o Dr. João Malheiro, o grande mal da pornografia está no fato de passar a ideia de que se pode dissociar sexo de responsabilidade e sentimentos; e, nesse ponto, fica claro e evidente que um adolescente não tem maturidade para lidar com situações que possam advir do ato sexual como problemas emocionais, doenças, gravidez, rejeição, a reprovação por parte da família e até de parte da sociedade; e essa imaturidade diante das situações já citadas pode levar adolescentes a fugir de seus lares, a depressões, abortos e até suicídios.

1.2) Iniciação sexual vs sonhos
O sexo, usufruído no momento certo e da forma correta, ou seja, por pessoas casadas que se amam e se respeitam, é uma dádiva de Deus que traz muitos benefícios, porém a pornografia incentiva essa prática fora do tempo certo, o que se torna uma maldição com sequelas terríveis e com grande possibilidade de frustrar muitos sonhos. Com a imaturidade já citada, esse tipo de relacionamento íntimo pode gerar uma gravides indesejada, doenças, feridas profundas nos sentimentos e muito mais. Muitos jovens e adolescentes vêem seus sonhos e projetos para o futuro escaparem por entre seus dedos quando descobrem uma gravides ou uma doença. Outros, por conta de uma desilusão, enveredam pelo caminho dos vícios e depressão. Tudo porque, incentivados por esse apelo irracional ao sexo livre e sem responsabilidades, se relacionaram na  hora errada, com a pessoa errada e de forma errada. Quantas crianças são abandonadas e quantas são maltratadas. Quantos jovens param de estudar para ter que sustentar uma "família" que eles sequer planejaram. Quantos morrem ou vivem sofrendo por conta de doenças. Quantos se matam ou se viciam para tentar fugir de sua realidade. Quantos sonhos se perdem por culpa da pornografia desenfreada de nosso tempo.

2) A pornografia escraviza
Todos os especialistas no que diz respeito a vícios concordam em um ponto crucial no tratamento de um dependente: "ele precisa reconhecer o seu vício". Ao reconhecer sua doença ele então abre espaço para receber ajuda, o que é fundamental para que ele se recupere. Quando o assunto é sobre o vício de pornografia muitos não alegam que são viciados. A maioria, na verdade, nem comenta que se deleita nessa podridão. A maioria das pessoas com quem conversei afirmam que não são viciadas, no entanto se desafiadas a ficar um tempo sem contato com material pornográfico não aceitam o desafio, isso porque a maior prova de que uma pessoa é viciada em algo é o fato de que não consegue simplesmente parar. Outra grande prova do poder hipnotizador da pornografia está no crescimento descontrolado do número de sites pornográficos na internet.
Estudos mais recentes mostram que existem aproximadamente 90 milhões de sites de todo tipo na rede. No ano 2000 existiam aproximadamente 88 mil sites pornográficos na rede. Em 2002 esse número passou para aproximadamente 400 mil. Em 2004 já passava de 1,6 milhões e hoje já passa dos 5 milhões. Esse crescimento assustador do número de sites pornográficos é fruto de uma busca desenfreada por parte de uma sociedade que, a cada dia, vê crescer o número de dependentes desse tipo de material.
Em Paris, numa reunião de 1700 psicanalistas de 31 países para tratar de novas formas de distúrbios mentais, destacou-se o fato de que cresce cada vez mais o número de pessoas viciadas em sexo e em pornografia, um problema que foi considerado como uma enfermidade psicológica cujas consequências podem ser manifestas de muitas formas; da ruína financeira à ruína familiar; da ansiedade à depressão. O mais preocupante em toda essa questão do vício é que tratar uma dependência química é muito complicado, mas tratar uma dependência psíquica (como é o caso da dependência de pornografia) é muito mais complexo, pois não se trata apenas de um processo de desintoxicação, trata-se de trabalhar no carater e nas vontades mais íntimas do ser humano.

3) Pornografia vs afetividade
Uma sexualidade separada do amor traz a grande chaga do desamor: a incapacidade de se entregar a alguém, pois a pessoa simplesmente não desenvolveu essa potencialidade e essa linguagem. Não entendendo a linguagem do amor, o sexo sempre será visto como fonte de mero prazer pessoal e, dentro deste contexto, fica fácil entender a explosão dos vários desvios afetivos que apareceram nos últimos anos na sociedade, que não são nada mais do que buscas de prazer para si, dentro de um grande egoísmo mútuo. 
Um último problema ligado à afetividade é que, "quando o homem não é educado para o verdadeiro amor ou amor real, e se deixa iludir pelo mero amor sentimental, ele vai experimentando com o tempo um vazio existencial" (Victor Frankl - Psiquiatra austríaco fundador da escola de logoterapia), pois nada o preenche. Este vazio gera depois várias desarmonias psíquico-existenciais como ansiedade, depressão, angústia e até suicídio, pois a vida vai ficando sem sentido. 

4) A pornografia e o estímulo ao crime
Um estudo realizado com 2486 adultos por Aberson, nos Estados Unidos, nos anos 90, levantou os seguintes dados: 49% afirmam que a pornografia incita à violência, 43% dizem que faz perder o respeito à mulher e 56%, que destrói as normas morais. Se a pornografia leva o homem normal a esses índices tão alarmantes, acredito que, para as pessoas que tenham predisposição para certas anomalias, essa pressão externa poderá disparar tais mecanismos psicopatológicos. 
Estudos de especialistas mostram que 82% dos encarcerados por crimes sexuais contra crianças e adolescentes admitiram que eram consumidores regulares de material pornográfico. Só nos Estados Unidos, o número conhecido de estupros pela polícia cresceu 500% em menos de 30 anos, o que corresponde ao aumento da popularidade do material pornográfico e da facilidade para ser encontrado. Cerca de 86% dos condenados por estupro admitiram imitação direta das cenas pornográficas que assistiam regularmente.


Enfim, existe muito mais a ser comentado, mas o que foi manifesto até aqui já é suficiente para o propósito do estudo e do blog, contudo ainda há uma última palavra. Grande parte de nossos governantes, ao tomar conhecimento do resultado de estudos e pesquisas realizados em todo o mundo, ao invés de tomarem atitudes enérgicas contra esse mal, afirmam que não existem dados comprobatórios dos perigos da pornografia. Diante da inércia de nossa liderança, encerro essa parte do estudo com um dito popular muito adequado: "O pior cego é aquele que não quer enxergar".



(CONTINUA)


Texto: Atualidade
Rodrigo Figueiredo
Presbítero da Assembleia de Deus em Campo Grande - RJ
Professor do Instituto Bíblico reverendo Carlos Malafaia
Segundo vice coordenador do dep. de adolescentes.