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sábado, 2 de julho de 2011

Parábola do reino (PARTE III)

Tristeza, esse era o sentimento que assolava todo o reino. O arrependimento espancava como uma marreta a consciência do jovem e escravizado ministro. O rei mais uma vez sofria de amor, mas dessa vez era diferente, pois, ao contrario do primeiro ministro que fora colocado sobre a cidade, o jovem ministro não fizera com dolo. O jovem foi enganado e o rei sabia que ele estava com o gosto amargo do arrependimento atravessado na garganta. Então o valoroso rei resolve colocar em prática o mais espetacular plano de resgate já realizado em toda a história. Houve quem sugerisse: "Por que simplesmente não lançamos bombas sobre toda a cidade? Assim mataríamos todos e depois restauraríamos a cidade como fizemos antes." Mas o rei o repreendeu dizendo: "De modo algum eu mataria aqueles que me amam. Mesmo que tenham me desobedecido o fizeram porque foram enganados. Regatarei a todos e, quando o último fiel for resgatado, então destruiremos a cidade." O amoroso rei tinha um tremendo plano; já que ele conhecia a cidade, pois ele mesmo a edificara, ele decidiu construir galerias subterrâneas, ou seja, túneis imensos que passariam por baixo da cidade e desembocariam em um lugar ermo onde o povo poderia ser reunido e resgatado sem alarmar o exercito dos rebeldes. Mas como o povo saberia onde deveria estar? Como fazer para que os fieis ao rei permanecessem unidos afim de tornar possível o resgate? O povo escravizado, porém fiel ao rei, precisava de uma orientação e o sagaz rei também tinha suas estratégias. Servos de confiança do rei, vestidos de comerciantes, viajantes, pedintes e mensageiros, aproximavam-se do grande portão da cidade e conseguiam entrar. Ao entrar, sem levantar suspeitas, diligentemente procuravam os fiéis e lhes ensinavam como deviam proceder. A ordem era estarem sempre juntos, pois o rei, em breve, os resgataria, mas ninguém que quisesse ser salvo poderia se afastar do grupo de fiéis. Os fiéis mais comprometidos, mesmo na condição de escravos procuravam levar as novas aos demais e trabalhavam por mantê-los unidos. A grande novidade se espalhava e a chama esperança de um dia voltarem a ser felizes estava acesa. Infelizmente, alguns dos que propagavam as boas novas eram presos pela acusação de insubmissão ao velho ministro e, depois de brutalmente castigados, voltavam ao trabalho escravo. Alguns desanimavam, cansavam de esperar e desistiam e outros simplesmente não acreditavam que o rei viria buscá-los, mas o rei continuava a enviar seu servos e muitos dos que eram fiéis continuavam a propagar aquilo o que recebiam dos servos que vinham disfarçados.
As escavações continuavam, mas não era uma tarefa fácil e certamente seria algo bem demorado, pois não se tratava de algo para salvar uns poucos; tudo o que o rei queria é que pudesse tirar de lá todos da cidade, por isso projetara um mega túnel. Temendo que a demora pudesse enfraquecer as esperanças dos fiéis, o rei decide fazer algo ousado; dessa vez ele não enviaria um servo, pois ele mesmo iria disfarçado à cidade tomada pelo exército rebelde.
Disfarçado, e sem levantar suspeitas, ele adentra a cidade e diante dos fiéis ele se revela. Muitos viram que era o rei e se maravilharam, mas outros não acreditaram que o rei estivesse ali, mas o mais importante é que o rei lhes confortou e afirmou que a obra de resgate estava a pleno vapor e que em breve todos seriam resgatado, precisavam apenas ficar juntos, pois quem estivesse longe seria pego de surpresa e ficaria para trás. O rei voltou para continuar a obra, mas deixou um legado de fé e esperança entre seus súditos fiéis que estavam escravizados.
Muito tempo se passou e a obra atingira um ponto culminante. O túnel já passava por baixo da cidade e já estava sob o local onde o rei planejara o resgate. Não havia data nem hora marcada, mas havia uma ordem de permanecerem unidos aguardando a salvação. Na superfície o sol estava se pondo e no subsolo máquinas aguardavam a ordem do rei para darem suas últimas cavucadas para alcançarem a superfície e meios de transporte foram preparados para o embarque de uma incontável multidão. O exército real estava preparado para executar um grande bombardeio sobre a cidade. Tudo estava pronto e o tão sonhado dia havia chegado, mas ainda faltava a ordem do rei.
A noite cai sobre a cidade e, em uma fria madrugada o nevoeiro cobre os campos. Os sentinelas tosquenejam e o velho ministro dorme profundamente sobre o travesseiro da auto-confiança. Em um galpão frio, dormem os fiéis, muitos não suportaram o frio da madrugada e se afastaram do grupo, desobedeceram a ordem do rei de permanecerem junto por uma noite em um lugar quentinho, trocaram sua liberdade por um mero cobertor.
O rei, na hora mais fria e sombria da madrugada, determina que as máquinas comecem a trabalhar. Uma pequena abertura para a superfície é feita e por ela o rei é o primeiro a entrar na cidade. Juntamente com seus servos de confiança, previamente treinados para conduzir o povo para o grande túnel, o rei corre pelas campinas, bosques e florestas, em passos apressados em direção ao galpão onde dormem os fiéis enquanto as máquinas continuam a abrir caminho para o grande resgate. Sem chamar a tenção dos sentinelas que cochilam debruçados em suas armas, o rei chega ao galpão e o momento mais esperado por todos finalmente acontece. Os fiéis, ao acordarem, não acreditam no que está acontecendo, parecia um sonho, a esperança dá lugar à uma profunda alegria e os olhos se enchem de lágrimas quando o chamado do rei retine nos ouvidos. Era uma cena cinematográfica, uma grande multidão, em silêncio, correndo em direção à salvação. Ninguém ficava para trás, todos se ajudavam e o rei fazia questão de que jovens, velhos, grávidas e crianças chegassem juntos à grande entrada feita no solo para resgate de muitos. A chegada ao túnel foi emocionante. O impossível havia acontecido e quando todos embarcaram nos meios de transporte a mais espetacular missão de resgate de todos os tempos estava concluída.
Quando as viaturas de salvação que seguiam em alta velocidade pelas galerias subterrâneas saíram de baixo da cidade; o rei ordenou o ataque. 
Um sentinela, sem saber se era um sonho ou realidade, notou que um monstruoso exército com um poder de fogo inimaginável se aproximava. O alarme da cidade então soou. Todos entraram em pânico e o velho ministro ordenou que os escravos fiéis ao rei fossem levados como reféns até à muralha, pois assim, ao vê-los, o coração do rei se comoveria e o mesmo ordenaria o cessar fogo. Porém, pasmos e pálidos, os soldados do exército rebelde voltaram com a seguinte notícia: "Meu senhor; sumiram, sumiram todos". No momento em que o céu desabou sobre sua cabeça e o chão sumiu de baixo de seus pés, o velho ministro constatou: "Mais uma vez ele conseguiu".


Um assombroso bombardeio como jamais fora visto assolou aquela cidade por alguma horas até que não houvesse mais um ser vivo sequer. Até a poderosa muralha veio abaixo e a cidade era apena desolação. É claro que aquele não era o fim que o rei planejara quando reconstruíra a cidade, mas foi um mal necessário e, apesar de tudo, havia motivos para comemorar, pois servos fiéis haviam sido salvos da tirania e escravidão cruel que lhes era imposta. O jovem ministro foi perdoado e restituído de tudo que lhe havia sido arrancado a força e o rei destruiu definitivamente todos os fundamentos da cidade e começou algo novo para novos tempos de paz e alegria em seu, finalmente, pacífico reino de amor.


FIM


Que Deus abençoe a todos



Texto: Devocional
Rodrigo Figueiredo
Presbítero da Assembléia de Deus em Campo Grande - RJ
Professor do Instituto Bíblico reverendo Carlos Malafaia
Segundo vice coordenador do dep. de adolescentes


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