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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Parábola do reino (PARTE II)

A tão amada cidade estava restaurada e ainda mais linda do que antes.O jardim nunca fora tão aprazível e agora a grande muralha a protegia dos rebeldes cobiçosos. Havia uma grande expectativa no reino acerca do novo ministro que cuidaria do jardim, da mansão e da cidade com suas belezas naturais. Todos acreditavam que seria o ministro mais experiente e mais competente, mas o rei surpreendeu a todos quando decidiu que daria a responsabilidade a um jovem que ainda não era ministro e que, de tão jovem, sequer conhecera o ministro rebelde e a trágico passado da cidade. Parecia loucura, mas o rei via naquele jovem pureza e submissão e, por isso, o nomeou ministro sobre aquela cidade e lhe deu muitas ordens acerca dos cuidados para com a cidade, mas, de todas as ordens, uma era a mais importante e mais frisada pelo rei:o jovem ministro não poderia abrir o portão da cidade para absolutamente ninguém que não fosse o rei, pois no dia em que ele abrisse o portão para alguém um grande mal poderia vir sobre toda a cidade e sobre o próprio jovem. O forte portão estava sempre fechado e o jovem ministro era realmente fiel e cuidava de tudo com zelo e da maneira que o rei queria, mas sua inocência acerca do passado daquela cidade fazia com que ele nem se preocupasse com o mal que o rodeava.
Fora dos termos do reino, depois de muitos anos de exílio, o ministro rebelde tomou conhecimento da restauração da cidade e de sua grande muralha. Também ficou sabendo que o novo ministro era muito jovem e que não se conheciam. Ardiloso, ele determina que todo o seu exército de rebeldes seja reunido, do maior até o menor, pois haveria uma grande invasão à linda cidade. Um de seus generais lhe questiona acerca da grande muralha e o velho ministro lhe dá a seguinte resposta: "Se não podemos abrir o portão a força, eu farei com que o jovem ministro o abra por livre e espontânea vontade; e, quando ele abrir, entraremos e fecharemos o portão de modo que nem o rei poderá entrar para nos tirar".
O tempo ia passando e o jovem ministro continuava impecável em suas tarefas e sempre que o rei chegava com sua comitiva ao pé do grande portão ele mesmo subia pelas escadarias da muralha e, confirmando que era seu amado rei, gritava em alto e bom som: "Abram o portão, pois o rei acaba de chegar". O rei não apenas admirava o trabalho do ministro como também o amava. O rei o tinha como um filho e passava bons momentos com ele. Na hora da refeição o jovem ministro e sua família sentavam-se a mesa do rei no lugar de maior honra entre todos os presentes, assim, ambos se alegravam. Então o rei partia para sua longa jornada de trabalhos por todo o reino e o ministro continuava a zelar pelo que o rei lhe confiara.
Certa noite, enquanto toda a cidade dormia, o exército rebelde se preparava para uma grande investida. O maligno ministro tinha um plano. Sua estratégia consistia em se disfarçar de um pedinte miserável enquanto todo o seu exército, sem fazer um barulho sequer, se esconderia pela floresta que rodeava a cidade. Se o jovem ministro caísse na armadilha e abrisse o portão, o ministro daria a ordem para saírem de onde estiverem para tomar a cidade.
Na calada da noite assim foi feito e todo o exército estava à espreita, porém, como estátuas na densa floresta próxima à muralha, não podiam ser vistos. Então o velho ministro caminha de forma lenta e débil até o grande portão vestido de trapos e com aparência desprezível. Dentro da cidade um barulho é ouvido no portão e o jovem ministro é avisado de que alguém chegara. O ministro sobe pelas escadarias da muralha para confirmar se era o rei; e logo percebe que não. 
_ Por favor, meu jovem, tem um pouco de água e comida para um pobre e velho mendigo que está à beira da morte _ perguntou o velho ministro em seu disfarce.
_ Me perdoe, senhor, mas não posso abrir o portão, pois tenho ordem expressa do rei _ respondeu o ministro do rei.
_ Mas estou debilitado e com muita fome. Creio que nunca passou por isso, não é, rapaz?
_ Senhor, não me entenda mal, mas não posso permitir que entre para lhe dar algo.
_ Se você já tivesse sentido o que estou sentindo certamente não me deixaria aqui para morrer em seu portão e se conhecesse de verdade nosso bondoso rei saberia que ele nunca desprezou um necessitado.
_ Bem; é verdade, mas não sei se devo abrir.
_ Acha que o bondoso rei se agradaria de alguém que negou comida e água a um pobre velho? Acha mesmo que ele ficaria irritado por você salvar uma vida? Tenha misericórdia de mim, rapaz.

Com o coração pesado e comovido pela trágica situação que se apresentava diante de seus olhos, e sem saber do plano que aquele velho ocultava, o jovem ministro toma a atitude que mudaria tragicamente a história da cidade e de sua vida: ele desce da muralha e abre o portão. O velho sequer espera que o portão seja  totalmente aberto, com um forte grito de "atacar" ele corre e violentamente empurra o portão derrubando o jovem ministro no chão que, caído e surpreso, vê um numeroso exército saindo da mata e correndo em sua direção. Por mais que quisesse fazer algo já era tarde. A cidade foi invadida, o jovem ministro e sua família foram presos e feitos escravos e o velho ministro fechou atraz de si o grande portão e fez daquele lugar seu reino particular. Aquela não havia sido uma noite comum; era uma noite tenebrosa e terrivelmente trágica para todo o reino ... (CONTINUA)

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